MUSEU CASA GUIMARÃES ROSA

O Museu Casa Guimarães Rosa (MCGR), inaugurado em 1974, está instalado na casa onde o escritor João Guimarães Rosa nasceu e passou seus primeiros nove anos de vida (1908 a 1917). O Museu oferece a seus visitantes um acervo de mais de 700 itens relativos e à vida e obra roseanas, como objetos pessoais, máquina de escrever, o espadim da Academia Brasileira de Letras, móveis, fotografias, obras de arte e as mais importantes edições dos livros de sua autoria.

Esse rico acervo está disponível para apreciação do público na exposição de longa duração, intitulada Rosa dos Tempos, Rosa dos Ventos, que ainda proporciona ao público áreas reconstituídas cenograficamente, o quarto da avó, o gabinete do autor, a cozinha, entre outros.

Preserva também outros registros da vida de Guimarães Rosa como médico e diplomata, objetos de uso pessoal, vestuário, utensílios domésticos, mobiliário e fragmentos do universo rural presente na literatura Roseana. Aliás, esse fato está ligado ao fato do escritor ter morado na cidade mineira de Itaguara, onde permaneceu por dois anos, e onde passou a ter contato com elementos do sertão.

Um detalhe bem interessante é que em um cômodo frontal da casa foi reconstituída uma venda típica das existentes nas pequenas cidades mineiras, para representar o antigo comércio de Floduardo Pinto Rosa, pai do escritor. Na “venda de seu Fulô”, o menino Joãozito cresceu ouvindo histórias contadas pelos frequentadores do lugar. E é neste cenário do campo, do sertão, que vamos mostrar a vocês toda essa fantástica e cultural história de Guimarães Rosa.

Para a realização de visitas orientadas, o Museu conta com atuação do Grupo de Contadores de Histórias Miguilim, que recebe o público narrando trechos da obra de Rosa. A instituição apoia o Grupo Caminhos do Sertão na realização de caminhadas ecoliterárias por trajetos do sertão descritos nos livros do autor. O MCGR, ainda, realiza anualmente a Semana Roseana, em parceria com instituições da cidade de Cordisburgo.

BIOGRAFIA

Guimarães Rosa (João G. R.), contista, novelista, romancista e diplomata, nasceu em Cordisburgo, MG, em 27 de junho de 1908, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de novembro de 1967.

Foram seus pais Florduardo Pinto Rosa e Francisca Guimarães Rosa. Aos 10 anos passou a residir e estudar em Belo Horizonte. Em 1930, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Tornou-se capitão médico, por concurso, da Força Pública do Estado de Minas Gerais. Sua estreia literária deu-se, em 1929, com a publicação, na revista O Cruzeiro, do conto “O mistério de Highmore Hall”, que não faz parte de nenhum de seus livros. Em 36, a coletânea de versos Magma, obra inédita, recebe o Prêmio Academia Brasileira de Letras, com elogios do poeta Guilherme de Almeida.

Diplomata por concurso em 1934, foi cônsul em Hamburgo (1938-42); secretário de embaixada em Bogotá (1942-44); chefe de gabinete do ministro João Neves da Fontoura (1946); primeiro-secretário e conselheiro de embaixada em Paris (1948-51); secretário da Delegação do Brasil à Conferência da Paz, em Paris (1948); representante do Brasil na Sessão Extraordinária da Conferência da UNESCO, em Paris (1948); delegado do Brasil à IV Sessão da Conferência Geral da UNESCO, em Paris (1949). Em 1951, voltou ao Brasil, sendo nomeado novamente chefe de gabinete do ministro João Neves da Fontoura; depois chefe da Divisão de Orçamento (1953) e promovido a ministro de primeira classe. Em 1962, assumiu a chefia do Serviço de Demarcação de Fronteiras.

A publicação do livro de contos Sagarana, em 1946, garantiu-lhe um privilegiado lugar de destaque no panorama da literatura brasileira, pela linguagem inovadora, pela singular estrutura narrativa e a riqueza de simbologia dos seus contos. Com ele, o regionalismo estava novamente em pauta, mas com um novo significado e assumindo a característica de experiência estética universal.

Em 1952, Guimarães Rosa fez uma longa excursão a Mato Grosso e escreveu o conto “Com o vaqueiro Mariano”, que integra, hoje, o livro póstumo Estas estórias (1969), sob o título “Entremeio: Com o vaqueiro Mariano”. A importância capital dessa excursão foi colocar o Autor em contato com os cenários, os personagens e as histórias que ele iria recriar em Grande sertão: Veredas. É o único romance escrito por Guimarães Rosa e um dos mais importantes textos da literatura brasileira. Publicado em 1956, mesmo ano da publicação do ciclo novelesco Corpo de baile, Grande sertão: Veredas já foi traduzido para muitas línguas. Por ser uma narrativa onde a experiência de vida e a experiência de texto se fundem numa obra fascinante, sua leitura e interpretação constituem um constante desafio para os leitores.

Nessas duas obras, e nas subsequentes, Guimarães Rosa fez uso do material de origem regional para uma interpretação mítica da realidade, através de símbolos e mitos de validade universal, a experiência humana meditada e recriada mediante uma revolução formal e estilística. Nessa tarefa de experimentação e recriação da linguagem, usou de todos os recursos, desde a invenção de vocábulos, por vários processos, até arcaísmos e palavras populares, invenções semânticas e sintáticas, de tudo resultando uma linguagem que não se acomoda à realidade, mas que se torna um instrumento de captação da mesma, ou de sua recriação, segundo as necessidades do “mundo” do escritor.

Além do prêmio da Academia Brasileira de Letras conferido a Magma, Guimarães Rosa recebeu o Prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Sagarana (1946); Grande sertão: Veredas recebeu o Prêmio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, o Prêmio Carmen Dolores Barbosa (1956) e o Prêmio Paula Brito (1957); Primeiras estórias recebeu o Prêmio do PEN Clube do Brasil (1963).

Tomou posse na Academia Brasileira de Letras em 16 de novembro de 1967, mas morreu três dias depois. O discurso parecia um presságio:

“…A gente morre é para provar que viveu”.

MUSEU CASA GUIMARÃES ROSA

Rua Padre João, 744

Cordisburgo – MG

CEP 35780-000

(31) 3058-1587

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Terça a domingo: de 09h as 17h

Devido ao avanço da Covid-19 em Cordisburgo e o estabelecimento da onda roxa pelo Minas Consciente, o museu estará fechado à visitação por tempo indeterminado.

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AGENDAMENTO DE VISITAS

(31) 3715-1425

Outros contatos:

Facebook: Museu Casa Guimarães Rosa

Instagram: @museuguimarãesrosa

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